A metodologia utilizada para desenvolver esse trabalho é baseada no Design Thinking, tem o objetivo de colocar o usuário no centro do processo de identificação dos problemas a serem resolvidos assim como a solução proposta para estes.
Chamada Double Diamond, a metodologia foi criada pelo Design Council, tem esse nome pois é representada por dois diamantes, como representado no diagrama abaixo, sendo que esses diamantes representam os processos de divergir e convergir.
Image Design Council.
No primeiro diamante desse processo temos a fase de Discover (Descubra) e Define (Defina), inicialmente partindo de um problema macro identificado divergindo e gerando grande quantidade de dados e informações, para que em seguida na fase de definição tenhamos a Definição do Problema (Problem Definition) no qual iremos trabalhar para resolver.
Já no segundo diamante executamos as fases de Develop (Desenvolva) e Deliver (Entregue) novamente divergindo, porém dessa vez a partir de um problema definido (ou alguns problemas), iniciamos pela definição de um objetivo claro para iniciar a divergir com intuito de gerar diversas opções de soluções, que serão logo em seguida escolhidas para serem validadas e seja possível entregar uma Solução.
A validação deve ser realizada em um processo que envolva o teste do cliente ou aplicação de protótipo num cenário passível de análise, esperando que as métricas de sucesso sejam atendidas. Também sendo possível validar diversas ideias geradas no processo de Desenvolvimento sem que todo o processo de ideação tenha que ser executado novamente.
Uma característica muito oportuna dessa metodologia é a possibilidade de aplicarmos os as fases dos diamantes separadamente, ou seja, as etapas do diamante são independentes. Em seguida vou apresentar uma descrição mais detalhada de cada fase e possíveis etapas e ferramentas que é possível utilizar para atingir o resultado esperado.
A etapa de pesquisa é a qual abre portas para análises e aproxima o usuário do desenvolvimento do produto - etapa de divergência, tente coletar a maior quantidade de informações possível -, é nesta que são realizadas pesquisas com os usuários, através de entrevistas, testes de usabilidade, formulários de pesquisa, pesquisa de mercado, análise de processos internos, entre outros. A fim de fundamentar essas pesquisas e definir objetivos claros a partir de hipóteses iniciais sobre o produto, é desenvolvido a descrição do brief inicial, este que irá registrar as principais hipóteses sobre os usuário e irá definir os objetivos das pesquisas.
Esses materiais são analisados e as informações coletadas dão a possibilidade do desenvolvimento de artefatos de "inteligência de UX", como Personas, User Story/Flow, Diagrama de Navegação, identificação de interações e pontos críticos para geração de valor no processo, estes, entre outros detalhamentos, são referentes à próxima etapa, porém não necessitam seguir uma perfeita ordem cronológica.
Input: Informações diretamente dos usuários, dores e objetivos de negócio
Output: Dados e informações sobre o negócio e usuários
- Pesquisa inicial
- Mapeamento de mercado
- Personas
- Matriz CSD
- User Story Map
- Pesquisa de Validação
A segunda etapa é a de Definição - etapa de convergência, filtre seus resultados e identifique as melhores oportunidades - e essa utiliza as informações que formam a "inteligência de UX" atual e permitem a identificação dos principais problemas e a definição dos questionamentos nos quais serão definidas as soluções na fase de ideação. Os artefatos são analisados em busca de identificar pontos críticos de interação com o usuário e geração de valor, a partir da identificação desses pontos, que podem contem problemas ou oportunidades, são elaboradas questionamentos (How might we... ?) para como devemos atuar nesses problemas ou oportunidades em foco. Nesse segundo etapa devemos atualizar nosso brief inicial com as novas informações obtidas a partir das pesquisas e artefatos desenvolvidos.
A ideia não é desenvolver o que o usuário pede, mas sim identificar e desenvolver junto com o usuário o que este mais precisa.
Input: Hipóteses de potenciais problemas a serem resolvidos
Output: Definição do problema a ser resolvido para atingir os objetivos
- Análise das pesquisas
- How Might We...?
- Definição do Problema
- Métricas de Sucesso
- Atualizar documentos:
- Personas
- Matriz CSD
- User Story Map
Entremos agora na terceira etapa, de desenvolvimento e ideação, nesse momento já possuímos as informações pesquisadas e analisadas e também a definição do problema/oportunidade em foco, a etapa de ideação é uma etapa de divergência, portanto devemos executar processos de brainstorm para ideações e sessões de co-criação, quando possível, para avaliar e decidir qual será a solução desenvolvida e iterada com o usuário. Esse processo pode ser repetido algumas vezes, pois é possível que tenham sido identificados mais de um problema/oportunidade na sessão anterior e também é normal a necessidade de testar mais de uma das soluções ideadas.
Input: Definição do problema e métricas claras de sucesso
Output: Diversas hipóteses de soluções a serem validadas e aplicadas
- Pesquisar e Analisar Soluções Similares
- Apresentações e Review
- Soluções Similares
- Informações sobre usuários
- Sketchs e Brainstorms (Defina o usuário)
- Crazy 8's
- Votação
- Solution Sketch
- Votação
- Decisão
- Output geral: ideias para serem testadas e validadas na próxima Fase de acordo com as métricas de sucesso definidas
A última etapa é uma etapa de convergência, as ideias geradas na sessão anterior são filtradas e desenvolvidas incrementalmente com pesquisas e iterações com os usuários, o melhor cenário é que o usuário tenha contato com a solução desenvolvida e o feedback seja considerado durante esse processo de desenvolvimento, o objetivo é validar a solução que está sendo desenvolvida, a forma que está sendo estruturada, diretamente com o usuário final, dessa forma, pode ser possível a identificação da necessidade de mudar o direcionamento estabelecido, porém com um custo muito mais baixo e maior agilidade.
Essa validação deverá ser realizada com um protótipo ou uma aplicação em um cenário real, porém em baixa escala, similar à definição de um MVP, iremos analisar e definir qual seria o teste mínimo aceitável para a validação da solução em questão.
Input: Hipóteses de solução e Métricas claras de sucesso
Output: Validação da solução com baixo investimento e identificação de possíveis mudança na solução, com propósito em entregar um alto valor com menor investimento
- Prototipação da solução
- Teste e validação com usuários
- Decisão de continuidade, avaliação das métricas
- Aplicação da solução para negócio
Acesse aqui uma explicação sobre os entregáveis propostos em cada fase da metodologia.