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<title>Química Orgânica</title>
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<main id="conteudo">
<div id="introducao">
<h1>Introdução à química orgânica</h1>
<p>
A química orgânica é a disciplina que se dedica ao estudo dos
compostos de carbono, também conhecidos como compostos orgânicos, e
suas características físicas, reações com outros elementos químicos,
síntese e composição. O carbono está presente nos organismos vivos e,
nesse sentido, se difere da área de estudo da química inorgânica, que
estuda os elementos presentes no reino mineral.
</p>
<h2>História da química orgânica</h2>
<p>
Desde a antiguidade, os compostos orgânicos tinham as suas
propriedades conhecidas, como o álcool obtido por meio da fermentação
e alguns corantes extraídos de elementos da natureza. Esses estudos e
experimentações foram evoluindo ao longo da Idade Média e tiveram o
seu ápice de desenvolvimento no início da Era Moderna, quando os
métodos científicos permitiram isolar e conhecer a composição desses
elemento.
</p>
<p>
O objeto de estudo inicial foi formulado pelo químico sueco Tornern
Olof Bergman, em 1977, que consiste na classificação da química
orgânica como o estudo dos compostos extraídos dos organismos vivos.
Já em 1807, Jöns Jacob Berzelius levou à frente seus estudos relativos
à teoria da força vital, em que revelava a necessidade de uma força
maior – a vida – para sintetizar os elementos, colocando como
impossível a sua síntese artificial.
</p>
<p>
Porém, em 1828, Friedrich Wöhler, discípulo de Berzelius, conseguiu
produzir ureia – um componente da urina animal – a partir do
aquecimento do cianato de amônio, demonstrando a possibilidade de se
sintetizar um composto orgânico a partir de um composto não-orgânico.
Esse evento, chamado posteriormente de Síntese de Wöhler, acabou por
derrubar a teoria da força vital.
</p>
<p>
Com o êxito deste experimento, os cientistas passaram a se dedicar a
novos estudos para obter outras substâncias orgânicas – e, para isso,
detectaram que o elemento fundamental era o carbono, hoje conhecido
por compor milhares de elementos dessa natureza.
</p>
<p>
Após a descoberta de Whöler, a química orgânica passou por uma série
de avanços e reformulações até chegar ao modelo proposto pelo químico
alemão Friedrich August Kekulé, que desenvolveu o conceito de
estrutura química ao sugerir que os átomos de carbono seriam
tetravalentes, ou seja, poderia fazer até quatro ligações com outros
átomos de carbono ou outros elementos, formando uma espécie de rede.
Esse modelo, proposto em 1858 e que também foi ratificado pelo químico
Archibald Scott Couper, passou a ser a definição aceita até os dias
atuais.
</p>
</div>
<div id="estuda">
<hr />
<h1>O que a química orgânica estuda?</h1>
<p>
A química orgânica é a parte do campo do conhecimento que estuda todos
os compostos que têm em sua base a estrutura de átomos de carbono e
outros elementos presentes em organismos vivos, tanto do reino animal
quanto do reino vegetal, como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, entre
outros.
</p>
<h2>
Quais as diferenças entre química orgânica e química inorgânica?
</h2>
<p>
A separação da química orgânica da química inorgânica, sugerida por
Torbern Olof Bergman, foi um dos primeiros e mais importantes marcos
desse campo de estudo e da organização dos elementos químicos. Nesse
modelo, os compostos estudados pela química orgânica são aqueles que
estão presentes em organismos que apresentam ciclo de vida, enquanto a
química inorgânica diz respeito às substâncias do reino mineral que
estão presentes na crosta terrestre.
</p>
</div>
<div id="compostos">
<hr />
<h1>O que são compostos orgânicos?</h1>
<h2>Composição dos compostos orgânicos</h2>
<p>
Os compostos orgânicos são moléculas formadas por átomos de carbono
ligados entre si e outros elementos, como oxigênio, nitrogênio,
fósforo e halogênios. Sua origem pode ser natural, como por exemplo as
moléculas que compõem o petróleo – um combustível de origem fóssil
utilizado como fonte de energia para diversas finalidades – além de
carboidratos, proteínas, lipídios, entre outros; e compostos orgânicos
sintéticos, criados em laboratório, como os plásticos e medicamentos,
por exemplo.
</p>
<p>
As moléculas orgânicas são formadas por um conjunto de átomos de
carbono unidos por ligações covalentes e são divididas de acordo com
as suas funções orgânicas, agrupando os compostos com características
semelhantes. Os hidrocarbonetos, por exemplo, formado pelo grupo que
contém alcanos, alcenos, alcinos e aromáticos, possui a seguinte
estrutura:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-1.png" alt="" />
<p>
Já as funções oxigenadas, formadas pelo grupo de ácidos carboxílicos,
álcoois, aldeídos, cetonas, éster e éter, contam com a estrutura
seguinte:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-2.png" alt="" />
<p>
Já funções hidrogenadas são compostas por amina e amida e são
estruturadas desta maneira:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-3.png" alt="" />
<p>
Existem ainda os haletos orgânicos, nos quais os elementos como flúor,
cloro, bromo e iodo estão inseridos na cadeia carbônica.
</p>
<h2>Características gerais das moléculas orgânicas</h2>
<p>
Essas moléculas contam com propriedades específicas, como a capacidade
de se unir para formar estruturas denominadas cadeias carbônicas, em
que cada átomo pode realizar até quatro ligações covalentes e formar
milhões de compostos orgânicos.
</p>
<p>
Agora, vamos explicar as características gerais desses elementos.
Confira!
</p>
<h3>Combustibilidade</h3>
<p>
Quase todas as substâncias que sofrem combustão possuem carbono em sua
composição – e, por este motivo, são utilizadas desde os tempos
antigos para gerar energia. A madeira, por exemplo, era utilizada como
meio de geração de calor por meio da incineração que possibilitava a
transformação da argila em cerâmica.
</p>
<h3>Polaridade</h3>
<p>
Os compostos formados apenas pelos elementos carbono e hidrogênio são,
geralmente, considerados apolares por conta da baixa diferença de
eletronegatividade. Caso o composto apresente outro elemento químico,
como o nitrogênio, por exemplo, ele poderá apresentar polaridade.
</p>
<h3>Solubilidade</h3>
<p>
Apesar de as moléculas orgânicas apolares não serem solúveis em água,
é possível realizar essa transformação em solventes orgânicos polares
e apolares. Um exemplo prático é uma mancha de graxa poder ser
removida utilizando-se gasolina como solvente.
</p>
<p>
Já as moléculas orgânicas polares, como açúcar (C12H22O11) e vinagre
(CH3CH2OH), são solúveis em água.
</p>
</div>
<div id="kekule">
<hr />
<h1>Características do átomo de carbono: Postulados de Kekulé</h1>
<p>
Como você viu anteriormente, o alemão Friedrich August Kekulé foi um
dos primeiros cientistas a estudar as principais características do
átomo de carbono. Esses estudos foram estruturados em três postulados,
os quais você verá a seguir.
</p>
<h2>1° Postulado de Kekulé: o carbono é tetravalente</h2>
<p>
O átomo de carbono possui quatro elétrons na sua última camada e conta
com quatro valências livres, o que permite quatro ligações covalentes,
formando moléculas. Dessa forma, o átomo fica estável.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-4.png" alt="" />
<h2>2° Postulado de Kekulé: o carbono tem quatro valências livres</h2>
<p>
O átomo de carbono tem as quatro valências livres e a posição do
heteroátomo não difere os compostos, ou seja, em qualquer posição que
se encontre o átomo ligante ao carbono, o composto orgânico será
sempre o mesmo.
</p>
<p>Um exemplo dessa característica é o clorofórmio.</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-5.png" alt="" />
<h2>3° Postulado de Kekulé: o carbono forma cadeias carbônicas</h2>
<p>
Os átomos de carbono são agrupados entre si, formando estruturas de
carbono, ou cadeias carbônicas. Essa propriedade permite que o
elemento dê origem a uma grande variabilidade de compostos orgânicos
de acordo com o número de ligações da cadeia.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-6.png" alt="" />
</div>
<div id="cadeia">
<hr />
<h1>Representação das cadeias carbônicas</h1>
<p>
A principal característica dos átomos de carbono é a propriedade de se
unirem para formar as estruturas chamadas cadeias carbônicas. Essa
capacidade de ligação permite a existência de milhões de compostos
orgânicos diferentes.
</p>
<p>
Outros elementos podem apresentar ligações entre átomos também, desde
que eles se localizem entre os de carbono. Nesse caso, os
encadeamentos mais frequentes são oxigênio (O), nitrogênio (N),
enxofre (S) e fósforo (P), que são denominados heteroátomos.
</p>
<p>
Para representar as cadeias carbônicas de forma simplificada,
normalmente é utilizada a notação em bastão indicando cada ligação
entre carbonos por traços (-). Cada carbono presente se transforma em
um ponto de inflexão.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-7.png" alt="" />
</div>
<div id="classificacao carbono">
<hr />
<h1>Classificação dos carbono</h1>
<p>
Os carbonos são classificados de acordo com a quantidade de outros
átomos ligados a ele e conforme o tipo de ligação entre eles. Vamos
explicar melhor a seguir, fique com a gente!
</p>
<h2>De acordo com os átomos a ele ligados</h2>
<p>Nesse critério, o carbono pode ser classificado em quatro grupos:</p>
<ul>
<li>
Carbono primário: ligado diretamente, no máximo, a um outro carbono;
</li>
<li>
Carbono secundário: ligado diretamente a dois outros carbonos;
</li>
<li>Carbono terciário: ligado diretamente a três outros carbonos;</li>
<li>
Carbono quaternário: ligado diretamente a quatro outros carbonos.
</li>
</ul>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-8.png" alt="" />
<h2>
De acordo com o tipo de ligação (sigma – δ e pi – π) e com o
tipo de hibridização
</h2>
<p>
A outra classificação diz respeito aos tipos de ligação que unem os
carbonos, que podem ser divididos em carbono saturado e carbono
insaturado.
</p>
<p>
Carbono saturado: apresenta somente ligações simples, também chamadas
de sigma (σ).
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-9.png" alt="" />
<p>
Carbono insaturado: conta com duplas ligações, denominações de pi
(π), ou carbonos que apresentam ligação tripla.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-10.png" alt="" />
<img src="imgs_aprender/aprender-img-11.png" alt="" />
</div>
<div id="classificacaoCadeia">
<hr />
<h1>Classificação das cadeias carbônicas</h1>
<p>
Você já sabe que os milhões de compostos orgânicos existentes contam
com estruturas formadas predominantemente por átomos de carbono e que
são chamadas de cadeiras carbônicas. Esses encadeamentos podem ser
classificados a partir de quatro critérios principais. Olha só!
</p>
<h2>Quanto ao fechamento da cadeia</h2>
<h3 id="classfsbtil">Cadeia aberta, acíclica ou alifática</h3>
<p>
As cadeias abertas, também chamadas de acíclicas ou alifáticas, têm
duas ou mais extremidades e não contêm qualquer tipo encadeamento,
fechamento ou anel.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-12.png" alt="" />
<h3 id="classfsbtil">Cadeia fechada ou acíclica</h3>
<p>
As cadeias fechadas, também chamadas de acíclicas, apresentam átomos
unidos fechando a cadeia, formando um ciclo, um núcleo ou um anel.
</p>
<h3>Cadeia mista</h3>
<p>
Aqui, a cadeia possui ao menos uma parte em que os átomos não estão
formando um encadeamento – ou seja, estão abertos – e a outra parte é
fechada ou cíclica.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-13.png" alt="" />
<h2>Quanto à disposição</h2>
<h3 id="classfsbtil">Cadeia linear, normal ou reta</h3>
<p>
Essa cadeia ocorre quando existem carbonos primários e secundários no
encadeamento. Quando estão em uma única sequência, geram duas pontas
ou extremidades.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-14.png" alt="" />
<h3 id="classfsbtil">Cadeia ramificada</h3>
<p>
Já as cadeias ramificadas possuem três ou mais pontas ou extremidades,
apresentando carbonos terciários ou quaternários.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-15.png" alt="" />
<h2>Quanto à saturação</h2>
<h3 id="classfsbtil">Saturada</h3>
<p>
Nessa classificação, entram as cadeias que possuem apenas ligações
simples entre os carbonos.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-16.png" alt="" />
<h3 id="classfsbtil">Insaturada</h3>
<p>
As cadeias insaturadas possuem ao menos uma ligação dupla ou tripla
entre os carbonos.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-17.png" alt="" />
<h2>Quanto à natureza</h2>
<h3 id="classfsbtil">Homogênea</h3>
<p>
As cadeias homogêneas não apresentam qualquer tipo de heteroátomo
entre os carbonos e, dessa forma, são compostas apenas pelo carbono.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-18.png" alt="" />
<h3 id="classfsbtil">Heterogênea</h3>
<p>
Nas cadeias heterogêneas existe algum heteroátomo entre os carbonos.
Em geral, os átomos presentes são o oxigênio, o nitrogênio, o fósforo
e o enxofre.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-19.png" alt="" />
<h2>Compostos aromáticos</h2>
<p>
Os compostos aromáticos também são chamados de arenos e são
considerados hidrocarbonetos que possuem ao menos um anel benzênico –
sendo também considerado uma cadeia fechada. Como possuem polaridade
baixa, os arenos não são solúveis em solventes apolares, como o
tetracloreto de carbono ou éter, por exemplo.
</p>
<p>
Os aromáticos estão presentes em grande quantidade na natureza e, em
condições normais, podem ser encontrados na fase líquida ou gasosa.
São utilizados em larga escala na indústria, tornando-se um componente
fundamental na composição de inseticidas, corantes, solventes e
explosivos.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-20.png" alt="" />
</div>
<div id="funcao">
<hr />
<h1>Introdução às funções orgânicas</h1>
<h2>Funções orgânicas</h2>
<p>
As funções orgânicas são grupos de substâncias classificados de acordo
com o grupo funcional que possuem. Cada uma delas conta com
características próprias de acordo com a sua função e apresenta
comportamento químico similar diante de determinadas substâncias e
condições semelhantes.
</p>
<p>
A seguir, vamos apresentar as principais funções orgânicas, assim como
o grupo funcional que as identificam. Acompanhe!
</p>
<h3>Hidrocarbonetos</h3>
<p>
Os hidrocarbonetos são moléculas formadas apenas por carbono e
hidrogênio unidos por ligação covalente do tipo simples, dupla ou
tripla e apolares. Esses compostos estão bastante presentes em nosso
dia a dia, como combustíveis, gás de cozinha, entre outros.
</p>
<h4>Características e nomenclatura de hidrocarbonetos alifáticos</h4>
<p>
Os hidrocarbonetos de cadeia aberta se classificam em quatro
categorias:
</p>
<ul>
<li>Alcanos ou parafinas</li>
<li>Alquenos, alcenos ou olefinas</li>
<li>Alquinos ou Alcinos</li>
<li>Alcadienos ou dienos</li>
</ul>
<p>Vamos falar um pouco mais sobre eles a seguir. Acompanhe!</p>
<h4 id="classfsbtil">Alcanos ou parafinas</h4>
<p>
Os alcanos ou parafinas são hidrocarbonetos alifáticos saturados, já
que possuem cadeia aberta com ligações simples entre os carbonos de
sua cadeia principal. São compostos pouco reativos, por isso o nome
parafina (que vem do latim parum=pequena + affinis=afinidade).
Apresentam a seguinte fórmula estrutural:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-21.png" alt="" />
<p>A fórmula molecular conta com a seguinte estrutura:</p>
<p>
C3H8 → CnH2n + 2n = número de átomos de C = 32n + 2 = número de átomos
de H = 8
</p>
<p>
C4H10 → CnH2n + 2n = número de átomos de C = 42n + 2 = número de
átomos de H = 10
</p>
<p>
A nomenclatura dos alcanos deve seguir a padronização de acordo com o
número de carbonos, o tipo de ligação e sua função orgânica, como
descrito abaixo:
</p>
<p>Prefixo: número de átomos de carbono da cadeia principal.</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-44.png" alt="" />
<p>Infixo: tipo de ligação da cadeia principal:</p>
<ul>
<li>Ligações simples = NA</li>
</ul>
<p>Sufixo: função hidrocarboneto</p>
<ul>
<li>Sufixo O</li>
</ul>
Exemplos:
<p>CH3 – CH2 – CH3 → PROPANO</p>
<p>CH3 – CH2 – CH2 – CH3 → BUTANO</p>
<p>As propriedades físicas dos alcanos são:</p>
<ul>
<li>
Baixa reatividade, por conta da estabilidade entre as ligações de
carbono e hidrogênio;
</li>
<li>
São compostos apolares, já que apresentam interação intramolecular
do tipo dipolo induzido – dipolo induzido. Dessa forma, os alcanos
que possuem até quatro carbonos em sua cadeia são gases em condições
ambientes (de 25 °C e 1 atm); os que possuem de cinco a 17 carbonos
se apresentam no estado líquido; e os restantes, no estado sólido;
</li>
<li>
São insolúveis em água e solúveis em solventes apolares, como o
clorofórmio e o benzeno; Possuem densidades menores que 1g/cm³.
</li>
</ul>
<p>
São hidrocarbonetos alifáticos insaturados, que apresentam somente uma
dupla ligação entre os carbonos de sua cadeia carbônica principal. As
substâncias com essa composição são oleosas – e, por esse motivo,
recebem o nome de olefinas (do latim oleum = óleo + affinis =
afinidade). Apresentam a seguinte fórmula estrutural:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-22.png" alt="" />
<p>A fórmula molecular conta com a seguinte estrutura:</p>
<p>
C3H6 → CnH2nn = número de átomos de C = 32n = número de átomos de H =
6
</p>
<p>
C4H8 → CnH2nn = número de átomos de C = 42n = número de átomos de H =
8
</p>
<p>
Como o alceno possui mais de quatro carbonos em sua cadeia, a dupla
ligação pode estar em posições diferentes em sua estrutura, gerando
compostos químicos também diferentes. Dessa forma, é preciso indicar,
por meio de um número, a localização da dupla ligação.
</p>
<p>
Esse número se refere à ordem numérica dos carbonos na cadeia
principal, iniciando a contagem a partir da extremidade mais próxima
da dupla ligação, e deve ser o menor possível antecedendo o nome do
composto, separado por hífen.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-23.png" alt="" />
<p>
O etileno e o propileno são os principais alcenos da indústria
petroquímica, apresentando a nomenclatura de acordo com a padronização
da IUPAC (União internacional da Química Pura e Aplicada, sigla que
vem do inglês International Union of Pure na Applied Chemistry). Veja
a seguir a nomenclatura do etileno e do propileno, respectivamente:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-24.png" alt="" />
<p>As propriedades físicas dos alcenos são:</p>
<ul>
<li>Sofrem reações de adição e polimerização;</li>
<li>
Têm reatividade maior que os alcanos, já que a dupla ligação pode
ser quebrada mais facilmente;
</li>
<li>
Seu ponto de ebulição aumenta conforme o número de carbonos no
encadeamento;
</li>
<li>possuem densidades menores que 1g/cm³;</li>
<li>São insolúveis em água e solúveis em solventes apolares.</li>
</ul>
<h3 id="classfsbtil">Alquinos ou alcinos</h3>
<p>
Os alquinos ou alcinos são hidrocarbonetos alifáticos insaturados por
uma tripla ligação (≡), caracterizados pela cadeia aberta com ligação
tripla entre os carbonos, como acontece com o etino ou acetileno, um
gás com pouca solubilidade em água obtido por meio da reação de
carbureto (CaC2) com água, como na equação abaixo:
</p>
<p>CaC2(s) + 2 H2O(ℓ) Ca(OH)2(aq) + HC = CH(g)</p>
<p>
O acetileno possibilita a queima com intensa liberação de luz e calor,
característica que possibilita a produção de lanternas de carbureto
utilizadas por exploradores de cavernas e maçaricos de oxiacetileno.
</p>
<p>
As regras de nomenclatura, relacionadas à numeração da tripla ligação,
são as mesmas utilizadas para os alcenos.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-25.png" alt="" />
<p>
Os alcinos verdadeiros contam com ao menos um átomo de hidrogênio
ligado diretamente a um carbono da insaturação – ou tripla ligação. Já
os alcinos falsos não apresentam o átomo de hidrogênio ligado a um
carbono na tripla ligação.
</p>
<p>
Percebe-se, analisando as estruturas anteriores, que, no but-1-ino e
but-2-ino, a quantidade de hidrogênio no composto é sempre igual ao
dobro do número de carbonos menos dois. Dessa forma, a sequência geral
dos alcinos é CnH2n – 2.
</p>
<h3 id="classfsbtil">Alcadienos ou dienos</h3>
<p>
Alcadienos ou dienos são os hidrocarbonetos alifáticos insaturados por
duas ligações duplas (= =), que são responsáveis pela composição de
polímeros que originam a borracha natural. Sua nomenclatura segue os
padrões observados em outros compostos insaturados, porém, a partir de
quatro carbonos no composto, é necessário indicar as insaturações por
dois algarismos que precedem o nome da substância.
</p>
<p>
A fórmula geral para alcadienos é CnH2n-2, sendo a mesma para os
alcinos. Por esse motivo, pode ocorrer a isomeria de função (mesma
fórmula molecular para estruturas diferentes) entre os dois tipos de
hidrocarbonetos.
</p>
<p>
Os alcadienos são compostos apolares, classificados de acordo com a
posição das insaturações em três grupos: dienos acumulados, em que as
insaturações ocorrem em carbonos vizinhos (CH2=C=CH2); dienos
isolados, em que as saturações são separadas por no mínimo dois
carbonos (CH2=CH-CH2-CH=CH2); e dienos conjugados, em que as
saturações são interpostas por um carbono de ligação simples
(CH2=CH-CH=CH2 ).
</p>
<p>
O alcadieno mais conhecido é o isopreno, encontrado em diversos
compostos, como borracha de seringueira, carotenoides e óleos
essenciais.
</p>
<h4>Características e nomenclatura de hidrocarbonetos cíclicos</h4>
<p>
Você já viu nesse material que os hidrocarbonetos são compostos
formados apenas por átomos de carbono e hidrogênio. No caso dos
hidrocarbonetos cíclicos, esses compostos são formados por cadeias
fechadas, formando um ciclo.
</p>
<p>
Os cicloalcanos, também chamados de ciclanos ou cicloparafinas, são
hidrocarbonetos cíclicos saturados, já que possuem apenas ligações
simples. Os cicloalquenos, ou cicloalcenos, ciclenos ou cicloefinas,
são considerados hidrocarbonetos cíclicos insaturados por uma dupla
ligação.
</p>
<p>
A nomenclatura desses compostos segue as mesmas regras dos
hidrocarbonetos de cadeias abertas, porém, o nome deve sempre iniciar
pela palavra ciclo.
</p>
<p>
O número de carbonos no ciclo é identificado pelos seguintes prefixos:
</p>
<ul>
<li>3 carbonos: PROP</li>
<li>4 carbonos: BUT</li>
<li>5 carbonos: PENT</li>
<li>6 carbonos: HEX</li>
<li>7 carbonos: HEPT</li>
<li>8 carbonos: OCT</li>
<li>9 carbonos: NON</li>
</ul>
<p>Veja os exemplos abaixo:</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-26.png" alt="" />
<h4>Veja a classificação dos hidrocarbonetos cíclicos:</h4>
<p>
Ciclanos: apresentam cadeia fechada, saturada (ligações simples entre
carbonos) e podem ter ou não ramificações. Exemplo:
</p>
<p>
Ciclobutano (C4H8) = Ciclo + but (4 carbonos) + an (ligação simples) +
o
</p>
<p>
Ciclenos: apresentam cadeia fechada, insaturada (uma ligação dupla
entre dois dos carbonos) e podem ter ou não ramificações. Exemplo:
</p>
<p>
Ciclobuteno (C4H6) = Ciclo + but (4 carbonos) + en (1 ligação dupla) +
o
</p>
<p>
Ciclinos: possuem cadeia fechadas, saturada e uma ou mais ligações
triplas. Exemplo:
</p>
<p>
Ciclopentino (C5H6) = Ciclo + pent (5 carbonos) + in (1 ligação
tripla) + o
</p>
<h4>Radicais</h4>
<p>
Em química orgânica, os radicais são os conjuntos de átomos ligados
entre si que apresentam um ou mais elétrons livres – ou valências
livres. Surgem a partir da ruptura hemolítica da ligação covalente
entre carbono e hidrogênio.
</p>
<p>
Os radicais livres são, portanto, o produto da quebra das ligações em
química orgânica, representados de forma genérica por R –. Veja a
reação:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-27.png" alt="" />
<>Cisão de ligações</>
<p>
A ruptura das ligações entre átomos pode ocorrer de forma homogênea ou
heterogênea. Vamos agora detalhar um pouco melhor como funciona cada
um desses processos. Confira!
</p>
<h3>Ruptura homolítica</h3>
<p>
Nesse tipo de cisão, a molécula é separada igualmente para os radicais
resultantes. Nesse tipo de cisão de ligação, não há perda nem ganho de
elétrons. Nesse caso, cada átomo fica com seu elétron da ligação
original e o resultado são os radicais livres, que você já viu no
tópico anterior.
</p>
<h3>Ruptura heterolítica</h3>
<p>
Nesse caso, a quebra da ligação é feita de maneira desigual, de forma
que o par eletrônico fica apenas com um dos átomos da ligação
original. Veja o exemplo:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-28.png" alt="" />
<p>
Nesse caso, um dos átomos ganha elétrons, enquanto o outro perde,
formando íons. Nessa cisão heterolítica do carbono e bromo, os
produtos são o carbocátion e o íon brometo (ânion) – como o bromo é
eletronegativo, leva o par eletrônico na separação.
</p>
<p>
Também pode ocorrer de o par de elétrons ficar com o carbono, como a
quebra heterolítica entre carbono e hidrogênio, como neste exemplo:
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-29.png" alt="" />
<p>
Nesse caso, o carbono leva o par eletrônico consigo, formando um
carbânion e um íon H+ (próton).
</p>
<p>
As cadeias ramificadas seguem a mesma nomenclatura proposta para uma
cadeia normal, apresentando a estrutura prefixo + infixo + sufixo.
Porém, nesse caso, o que muda é a necessidade de indicar a posição e o
nome da ramificação, sendo posição + nome da ramificação + prefixo +
infixo + sufixo. A cadeia longa deve ser considerada como a principal.
</p>
<p>
Caso exista mais de uma ramificação, as seguintes regras devem ser
consideradas:
</p>
<ul>
<li>
A cadeia com duas ou mais ramificações iguais devem ser indicadas
pelos prefixos di, tri, tetra, e assim por diante.
</li>
<li>
As cadeias com ramificações diferentes devem ser listadas em ordem
alfabética.
</li>
<li>
A cadeia principal dos alcinos e alcenos apresenta uma dupla e
tripla ligação, respectivamente. Nesse caso, a numeração da cadeia
deve iniciar da extremidade mais próxima da ligação.
</li>
</ul>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-30.png" alt="" />
<h3 id="classfsbtil">Compostos orgânicos oxigenados</h3>
<p>
As funções oxigenadas fazem parte dos quatro grupos funcionais dos
compostos orgânicos. No grupo de oxigenados, estão os compostos
formados por oxigênio, como os aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos,
ésteres, éteres, fenóis e álcoois. Veja a seguir as características de
cada um deles.
</p>
<p ><b id="classfsbtil">Álcoois</b></p>
<p>
Os álcoois são formados por hidroxilas ligadas aos carbonos
pertencentes apenas às ligações simples.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-31.png" alt="" />
<p>
Os álcoois podem ser primários, secundários ou terciários. Veja as
suas características:
</p>
<ul>
<li>Primários, quando ligados a apenas um átomo de carbono;</li>
<li>Primários, quando ligados a apenas um átomo de carbono;</li>
<li>Terciários, quando ligados a três átomos de carbono;</li>
</ul>
<p>
Os álcoois mais conhecidos são o etanol, presente nos combustíveis e
bebidas alcoólicas, e o metanol, utilizado como solvente. Sua
nomenclatura também está de acordo com a IUPAC, ou seja, são
classificadas por meio dos prefixos (número de carbonos), intermédio
(tipo de ligação química) e sufixo (ol).
</p>
<p><b id="classfsbtil">Fenois</b></p>
<p>
Os fenóis são compostos por hidrogênio e carbono ligados a hidroxilas.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-32.png" alt="" />
<p>
Esses compostos, na maior parte das vezes, são corrosivos e tóxicos e
podem ser dissolvidos em álcool e éter. Podem ser classificados
conforme o número de hidroxilas que apresentam, da seguinte forma:
</p>
<ul>
<li>Monofenóis: 1 hidroxila</li>
<li>Difenóis: 2 hidroxilas</li>
<li>Trifenóis: 3 hidroxilas</li>
</ul>
<p>
Os fenóis são utilizados na fabricação de explosivos, fungicidas,
creolina e bactericidas.
</p>
<p><b id="classfsbtil">Ésteres</b></p>
<p>
Os ésteres possuem semelhanças com os ácidos carboxílicos. A única
diferença entre eles é que os ésteres possuem radical carbônico,
enquanto os ácidos carboxílicos possuem hidrogênio. Podem ser
dissolvidos por álcool, éter e clorofórmio.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-33.png" alt="" />
<p>
Uma característica do éter é sua propriedade flavorizante,
característica que permite a aromatização de substâncias como doces,
xaropes, sucos, sorvetes, entre outros.
</p>
<p>A nomenclatura dos ésteres é formada da seguinte maneira:</p>
<ul>
<li>O prefixo indica o número de carbonos;</li>
<li>O intermédio indica o tipo de ligação química;</li>
<li>O sufixo -oato é acrescentado, tal como o elemento “de” ;</li>
<li>Segue-se a terminação -ila.</li>
</ul>
<p><b id="classfsbtil">Aldeídos</b></p>
<p>
Os aldeídos são formados por compostos orgânicos alifáticos ou
aromáticos e apresentam carbonila em sua composição, localizada nas
pontas da estrutura molecular. Seguem a nomenclatura da IUPAC e, dessa
forma, contam com sufixo -al, que indica as funções orgânicas dos
aldeídos.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-34.png" alt="" />
<p>
Os principais aldeídos são Etanal (Acetaldeído), Butanal
(Butiraldeído), Pentanal (Valeraldeído), Fenil-Metanal (Benzaldeído),
Vanilina, Metanal (Formaldeído) e Propanal (Propionaldeído). Entre os
aldeídos mais conhecidos estão desinfetantes, medicamentos, resinas,
perfumes, entre outros.
</p>
<p><b id="classfsbtil">Cetonas</b></p>
<p>
As cetonas são formadas por carbono em uma ligação dupla do carbono
com oxigênio. Podem ser simétricas, ou seja, com radicais idênticos,
ou assimétricas, ou seja, com radicais diferentes. Segue a
nomenclatura proposta pela IUPAC, com o sufixo -ona, que indica a
função orgânica das cetonas.
</p>
<p>
São classificadas de acordo com o número de carbonilas, dessa forma:
</p>
<ul>
<li>Monocetonas: 1 carbonila</li>
<li>Policetonas: 2 ou mais carbonilas</li>
</ul>
<p><b id="classfsbtil">Ácidos Carboxílicos</b></p>
<p>
Os ácidos carboxílicos são ácidos fracos formados por carboxila. Podem
ser alifáticos, quando possuem cadeia aberta, ou aromáticos, quando
existe um anel aromático na cadeia. Os hidrocarbonetos são
classificados de acordo com o número de carboxilas, sendo:
</p>
<ul>
<li>Monocarboxílico – 1 carboxila</li>
<li>Dicarboxílico – 2 carboxilas</li>
<li>Tricarboxílico – 3 carboxilas</li>
</ul>
<p>
A nomenclatura segue o modelo proposto pela IUPAC, de forma que o
composto possui o sufixo -oico, que indica a função orgânica dos
ácidos carboxílicos.
</p>
</div>
<div id="isomeria">
<hr><h1>Isomeria</h1>
<p>
Isomeria é o fenômeno que ocorre quando dois ou mais compostos
apresentam a mesma fórmula molecular e fórmulas estruturais
diferentes, sendo chamados de isômeros (iso=igual; meros=partes).
Nesse tópico, vamos abordar dois casos de isomeria: a isomeria plana e
a isomeria espacial.
</p>
<p>Continue acompanhando!</p>
<h2>Isomeria plana</h2>
<p>
Os isômeros planos são aqueles que se diferem pelas fórmulas
estruturais planas. Vamos abordar agora os tipos de isômeros planos.
</p>
<p><b>Isomeria de cadeia</b></p>
<p>
Nesse tipo de isomeria, os isômeros pertencem a uma mesma função
química com cadeias carbônicas diferentes.
</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-35.png" alt="" />
<p>Estrutura molecular do butano C4H10</p>
<img src="imgs_aprender/aprender-img-36.png" alt="" />
<p>Estrutura molecular do metilpropano C4H10</p>
<p><b>Isomeria de função</b></p>
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Esse tipo de isomeria ocorre quando dois ou mais compostos contam com
funções químicas diferentes e a mesma molecular. Os exemplos mais
comuns de isomeria de função são os aldeídos e as cetonas.
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